O teatro Villamarta recebeu ontem a primeira produção de ópera do ano : "Romeu e Julieta". A prata da casa era Romeu, Ismael Jordi que sendo de Jerez e trabalhando actualmente na ópera de Verona enchia de expectativas os olhos e os ouvidos dos espectadores, mas em vão. Não que o rapaz cante mal, mas sendo tenor e considerando que dois dos Três tenores são espanhoís e que quando a soprano Julieta, Ruth Rosique, abria a boca o rapaz parecia que estava fazer playback, abafado pela magnificiência dos pulmões da companheira, não se pode dizer que foi magnífico.A melhor acção estava no Fosso da Orquestra absolutamente cheio, que emoção (e a nossa Casa da Música sem um!).. Haviam apenas pasado dois minutos do início da ópera e já o maestro, David Carreras (sim, é sobrinho do outro!) já tinha mandado uma batuta para o galheiro matando de riso o violoncelista. Romeu e Julieta tem poucas cenas em conjunto e é uma acção um pouco parada padece também do mal de já sabermos a história e como tal a sequência de cenas não nos vai impressionar... E para créme de la créme era cantada em francês... Ao meu lado sentou-se um pré-adolescente que quando os ouviu entoar "Mais non" pensava que Romeu gritava "MAMÓN" ao outro... Em seguida quando entoou "La nuit", pensava que era "LUIIIIS" e outros equívocos próprios de pré-adolescente, o que me animou bastante o drama de ver dois amantes a suicidarem-se em cinco actos de quase quatro horas. Este tempo levou-me a fazer também uma viagem a casa dos meus avós e de ouvir os meus tios a cantar ópera, foi também a primeira vez que entrei neste teatro sem o núcleo das portuguesas e para ver uma produção não-flamenca... Só para manter a tradição fiz uma escobilla* no quarto de banho em vossa honra, aquele espelho é maravilhoso...
*PS: Uma escobilha é como um refrão de uma canção em flamenco que tem sempre sequências de sapateados muito difíceis...
1 comentário:
Obrigada pela escobilla! Que saudades...
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